sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Machado de Castro

Joaquim Machado de Castro (1731-1822)

-
A Gratidão (Palácio Nacional da Ajuda).
-
Cascata dos Poetas nos jardins da Quinta do Marquês de Pombal (Oeiras)
-
Fonte de Neptuno do Chafariz do Loreto (atualmente no Largo D. Estefânia).
-

---
Joaquim Machado de Castro (1731-1822), nasceu em Coimbra, filho de Manuel Machado Teixeira, organeiro e escultor. Começou por estudar com os Jesuítas, em Coimbra, de quem recebeu uma cultura humanista. Em 1746 foi para Lisboa, onde trabalhou na oficina do santeiro Nicolau Pinto, passando depois pelo atelier de José de Almeida, que frequentara a Academia de Portugal em Roma. Em 1756, ingressou na chamada «Escola de Mafra», tornando-se assistente de Giusti. No ano de 1771, era incumbido de esculpir a Estátua Equestre de D. José, destinada à Praça do Comércio, projectada por Eugénio dos Santos. A estátua foi inaugurada em 1775 e, posteriormente, foi chamado a coordenar o programa escultórico da Basílica da Estrela. Entretanto foi autor da estátua de Neptuno do chafariz concebido para o Largo das Duas Igrejas, e que se encontra desde 1925 no Largo D. Estefânia. A partir daí recebeu outras encomendas da corte, nomeadamente túmulos e monumentos régios. Entre essas encomendas, destacamos a estátua de D. Maria I, oferecida à Biblioteca Nacional. Machado de Castro era escultor oficial desde 1782, sendo então convidado a fazer uma estátua de D. João VI para o Rio de Janeiro. Em 1802, foi nomeado para dirigir o programa escultórico para o Palácio da Ajuda, sendo autor de três peças: Conselho, Generosidade e Gratidão. Foi o primeiro escultor português a escrever sobre escultura, demonstrando preocupação na nobilitação da arte e dos artistas. A sua obra mais vasta é a Descrição analítica da Estátua Equestre, sendo ainda de nomear o Dicionário de Escultura (inédito até 1937). É de referir a sua actividade como escultor em barro, de pequeno formato, nomeadamente para figuras de presépios. O presépio barroco desenvolveu-se na época de D. João V, com possível influência italiana, sendo frequentemente um trabalho colectivo. Alguns presépios destacam-se pela sua monumentalidade, como o da Basílica da Estrela que contava com cerca de quinhentos figurantes.
---
Bibl.: José Fernandes Pereira, «O Barroco do Século XVIII», in Paulo Pereira (Dir.), História da Arte Portuguesa, Vol. III, Lisboa, Temas & Debates, 1996, pp. 51-181; José Fernandes Pereira, «Joaquim Machado de Castro», in 2005, pp. 127-135.
---

Sem comentários:

Enviar um comentário