segunda-feira, 17 de agosto de 2015


Praça da Municipio

Populares armados (Formiga Branca) festejando a vitória
Foto de Anselmo Franco – Arquivo fotográfico da C.M.L.

José de Castro, falou e o governo cumpriu. No entanto o “Povo” a que ele se refere não é constituído pela grande massa do operariado rural e urbano analfabeto. O “Povo” de José de Castro são os pequenos comerciantes, funcionários públicos menores; a pequena burguesia urbana que compõe as hostes radicais da formiga branca. No dia 14 de Maio foram estes 15 000 homens que pegaram em armas e nas futuras eleições será este “Povo” que irá autorização para votar - 16 000 votos no Partido democrático e quase 7000 nos restantes partidos. Apesar de a taxa oficial de abstenção ser de 40%, apenas votaram 18.6% da população masculina maior de 21 anos.
Fontes: 
"A República Velha (1910-1917) Ensaio", Valente, Vasco Pulido, Gradiva, Lisboa 1997
"O Poder e a Guerra 1914-1918", Teixeira, Nuno Severiano, Estampa
"História Politica de Portugal 1910-1926, Wheeler, Douglas L., Europa-América
Jornal "A Capital"


1 Da Tribo dos Turíngios, era o fornecedor de armas ao exército de Sauron − o Senhor da Escuridão, nasceu em Petersdorf, localidade incorporada na cidade e landkreisde Nordhausen, na Terra Verde dos alamanos, que obteve também a nacionalidade das Terras de Kanata.
2 Posteriormente em Março da era de 2013, a União das Terras Europeias inicia por ordem de Gollum, uma dura intervenção na Ilha do Cobre.
3 Na sua constante saga de perseguição parte paraHélade, no sentido de obrigar os helenos a implementarem medidas ainda mais severas de austeridade. Mas na viagem de regresso, ao passar porTeraGollum escorrega e cai acidentalmente (ou não) na lava ardente do vulcão, levando consigo a sua “Precious Troika”, que é também destruída, assim como os seus servos Snags, que dependiam da sua força e comando

De pé, a Rainha D. Amélia, “armada” com um ramo de flores e dilacerada pela dor, grita para os covardes assassinos do seu marido e do seu filho - "infames, infames!"
Após uma estadia em Vila Viçosa, El-Rei Dom Carlos, a Rainha D. Amélia e o Príncipe Real D. Luís Filipe, regressam a Lisboa no final da tarde de Sábado, do dia 1 de Fevereiro de 1908, tendo desembarcado, por volta das 17h00m, na Estação Fluvial Sul e Sueste, onde eram aguardados por vários membros do governo, além dos infantes D. Afonso (irmão de D. Carlos) e D. Manuel, (filho de D. Carlos), que havia regressado dias antes, por causa dos seus estudos.
Apesar do clima de grande tensão que existia, D. Carlos - ao contrário de muitos políticos atuais que se escondem no interior de carros blindados e rodeados de guarda-costas - optou por seguir em carruagem aberta, envergando o seu uniforme de Generalíssimo, resumindo-se a escolta apenas aos batedores protocolares e a um oficial a cavalo. 
No Terreiro do Paço, às 17h 20m ouve-se um tiro após o que se inicia um forte tiroteio. Um homem descrito como “de barbas e mau aspecto” – Manuel Buíça, tira uma carabina que trazia escondida sob a sua capa, põe o joelho no chão e dispara para a rectaguarda do landau régio. O tiro mata o Rei D. Carlos - trespassa-lhe o pescoço, provocando-lhe morte imediata. Dispara um segundo tiro na mesma direcção, altura em que Alfredo Costa, sobe para o estribo da carruagem e atira duas vezes nas costas de Sua Majestade. O Príncipe Real D. Luiz Filipe, levanta-se imediatamente e dispara sobre o Costa, mas fica na mira de Manuel Buíça, que o fere mortalmente. Entretanto surgem mais tiros de diversos pontos, pois há vários atiradores espalhados na Praça - o landau, que transportava a família Real, fica cravejado de balas, disparadas pelos assassinos. 
A carruagem, conduzida por Bento Caparica, atingido numa mão, segue, a toda a velocidade, para o Arsenal da Marinha.
Para aqui é chamada a mãe d’El-Rei D. Carlos, a Rainha D. Maria Pia, que ao encontrar-se com D. Amélia parece ter dito “Mataram-me o meu filho” ao que D. Amélia terá respondido: “E o meu também”.
Foi neste dia que mataram a esperança!
Os implicados no Regicídio são: Manuel Buíça e Alfredo Costa (que morrem no local), Domingos Ribeiro, José Maria Nunes, Adelino Marques, Fabrício de Lemos, Ximenes, Joaquim Monteiro, todos com ligações à Carbonária, braço armado da Maçonaria, alguns, provavelmente iniciados na loja maçónica "Montanha". Há também mais implicados, considerados como autores morais, como por exemplo Aquilino Ribeiro e José Maria Alpoim, entre outros.
O objectivo deste atentado era a proclamação da república! Pela força…
33 meses após este crime de 1 de Fevereiro de 2008 - e menos de dois meses depois das eleições de 28 de Agosto de 1910, onde, num total de 147 (cento e quarenta e sete) deputados, os republicanos tinham conseguido eleger 14 (catorze) - é implantado, na cidade de Lisboa, o regime republicano, tendo o resto do país tomado conhecimento deste facto, por telégrafo…
quase 105 anos depois de ter logrado os seus objectivos de chegar ao poder, obtendo uma mudança por via revolucionária e não democrática pois os republicanos tinham resultados eleitorais insignificantes (e que, traduz, sem dúvida, a tão propagada “ética republicana”) o regime republicano (agora maquilhado de “3ª república”) vigora ainda hoje em Portugal sem nunca ter sido, sequer, referendado e encontrando-se blindado pois a forma republicana de governo é um dos aspectos que não podem ser alterados em sede de revisão da constituição (o que também diz muito sobre a dita “democracia da república”)…
A Europa ficou chocada e revoltada com o Regicídio, ou não fosse D. Carlos uma figura estimada pelos diversos Chefes de Estado europeus, sendo a imprensa europeia eco disso mesmo, atítulo de exemplo cito:
Berliner Tageblatt, Berlim, 3 de Fevereiro de 1908 - "Perante o absurdo atentado de Lisboa, só se podem proferir palavras de profundo horror: nenhuma palavra de desculpa, nenhuma frase céptica para embelezar os factos."
The Morning Post, Londres, 3 de Fevereiro de 1908 - "Foi cometido no sábado em Lisboa um crime que não tem paralelo no grau de horror que as notícias sobre ele irão provocar através do mundo civilizado."
Corriere della Sera, Roma, 3 de Fevereiro de 1908 - "Mas era um tirano o Rei que mataram? Tirano o jovem príncipe de 20 anos, exuberante primavera que só pode sorrir? Oh, retórica de Brutos, envenenados de frases, saturados de ódio imbecil. Mesmo se o Rei fosse culpado - e isso está longe de ser provado - e que o filho estivesse preparado para ser culpado arbitrariamente, as vossas pistolas e as vossas carabinas absolveram-nos."
Também hoje, eu declaro "infames, infames!" todos aqueles deputados - alguns dos quais ainda hoje se passeiam pelo parlamento - que no dia 1 de Fevereiro de 2008, precisamente um século após este bárbaro assassinato, rejeitaram o voto de pesar pela trágica morte de D. Carlos e do Príncipe Real D. Luís Filipe, proposto pelo deputado Miguel Pignatelli Queiroz. 
E esses deputados, sem qualquer pudor, coerência ou exame de consciência, defendem que a soberania reside no povo, que a exerce segunda as formas previstas na constituição (mas não se incomodam que o regime em vigor tenha sido imposto pela força e por meia dúzia, após o vil assassinato de um legítimo Chefe de Estado…), afirmam-se democratas (quando lhes convém, pois a república portuguesa que representam impôs-se fazendo, também, tábua rasa da vontade popular expressa em eleições…) e são acérrimos defensores dos direitos humanos (só para alguns casos, mas não para o bárbaro assassínio de um pai e de um filho, que seguiam num coche aberto, com a mulher daquele e mãe deste, armada com um ramo de flores…).
Para a história fica que os deputados do PS, do PCP, do BE e do PEV rejeitaram, em bloco, o voto de pesar sobre os cem anos da morte do Rei D. Carlos, que os grupos parlamentares das outras forças políticas concederam liberdade de voto e os deputados do CDS-PP e maioria dos deputados do PPD/PSD – com abstenção de sete deputados da bancada social-democrata, entre os quais, João Bosco Mota Amaral, Costa Neves, José Pedro Aguiar Branco, Emídio Guerreiro e Sérgio Vieira – votaram favoravelmente.
Para memória futura recorda-se algumas das, no mínimo lamentáveis, declarações proferidas pelos parlamentares, que não sufragaram o voto de pesar, pelo homicídio de um legítimo Chefe de Estado.
Alberto Martins, na altura líder da bancada do PS, afirmou que aprovar o documento seria dar «um voto contra a República» e que «Não nos cabe a nós julgar as pessoas na história, fazer qualquer juízo moral sobre a história ou reescrever a história».
Desde quando condenar um assassínio é um voto contra a república? E porque, na opinião deste deputado, não cabe aos representantes dos portugueses “fazer juízos morais” é que o país está como está…
Para Fernando Rosas, do Bloco de Esquerda, a Assembleia da República, não devia ter uma «posição oficial sobre o Rei D. Carlos ou sobre o Regicídio», pelo que recusava o voto de pesar, afirmando ainda que «Aprovar este voto seria vincular a Assembleia da República, fazer com que os órgãos do Estado tenham uma visão oficial sobre a história».
Mas a Assembleia da República aprovou um voto de pesar pelo falecimento, por exemplo, de Yasser Arafat (voto de pesar nº 220/IX de 18/11/2004) e de Hugo Chávez(voto de pesar nº 110/XII de 8/3/2013),assumindo, assim, uma posição a respeito de figura públicas – uma do Médio Oriente e outra de um país da América Latina - sobre as quais a história não é consensual nem pacífica…
António Filipe, do PCP, rejeitou o voto de pesar uma vez que recusava qualquer «tentativa de reescrever a história» ou de «ajustar contas com o passado» e que «Os factos históricos não podem ser objecto de julgamento político, que um século depois não faz qualquer sentido».
Sentir pesar pela morte de alguém é diferente de julgar e condenar nos tribunais os responsáveis por essa morte – isso sim, é que é ajustar contas com o passado…
Que El Rei D. Carlos e o Príncipe Real D. Luís Filipe descansem em Paz!...

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